quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

BOLETIM Nº 8

  DEZ. 2010

    Ano 1   BOLETIM INFORMATIVO DO CÍRCULO MONÁRQUICO  DE BELO HORIZONTE    08  DEZ. 2010
 1   BOLETIM INFORMATIVO DO CÍRCULO MONÁRQUICO  DE BELO HORIZ       08
MOVIMENTO JOVEM DA MONARQUIA

 LANÇAMENTO DO MOVIMENTO JOVEM DA MONARQUIA


ESTE MÊS
Surge Movimento Jovem da Monarquia.........................................................................................Pág.02
 Mensagem Natalina dos Jovens Monarquistas / O velocípede Inglês............................................. Pag.03
Receitas Natalinas do Sabará......................................................................................................... Pag. 04
A Lendária Queca de Natal Novalimense...................................................................................... Pag. 06/07
O Presépio................................................................................................................................... Pag. 09
Mensagem de Natal e Ano Novo.................................................................................................  Pag. 10

Pag.02                                                                                                                                                                                                                                             
SURGE MOVIMENTO JOVEM DA MONARQUIA

No último dia 23 de novembro, o Círculo Monárquico de Minas Gerais deu um importante passo para a divulgação dos ideais monárquicos em todo o Estado, com a criação da sua ala jovem.
 O grupo foi instituído diante da ilustre presença de SAIR o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, que brindou a todos com seu brilhante discurso sobre a trajetória da Monarquia no Brasil.
O grupo, formado por jovens estudantes de Minas Gerais foi saudado pelo Presidente do Círculo Monárquico de Belo Horizonte, Dr. Mário de Lima Guerra que, exortando a proteção do Divino Espírito Santo, congratulou-se com os jovens de diferentes idades .  Declarou instaurado o grupo, diante de SAIR o Príncipe Dom Bertrand, membros do Círculo Monárquico de Belo Horizonte e demais convidados.
Em seguida foi empossada, a diretoria do grupo, em caráter provisório até que seja eleita uma diretoria definitiva.
A presidência ad hoc do grupo será exercida pelo jovem Sérgio Orlando, economista, que em seu discurso de posse destacou a importância da vinda da Família Real Portuguesa e a instauração da Monarquia para a formação do país. Comparou o período em que a Monarquia esteve legalmente proibida no Brasil às perseguições sofridas no Império Romano pela Igreja Católica, que se viu compelida a refugiar-se nas catacumbas.
Sob a tríade Comunicar, Educar e Aglutinar, o grupo terá a missão de divulgar os ideais monárquicos entre os jovens de Minas Gerais, promovendo a formação dos seus membros e a aglutinação de novos participantes. O grupo terá como vice-presidente o jovem João Ângelo Bernardes, estudante, do qual partiu a idéia da formação de um grupo jovem. Os demais membros da Diretoria empossada foram:1ª SECRETÁRIA: Acadêmica de Letras  Flávia Martins Eleutério – 2ª SECRETÁRIA : Estudante Ana Cláudia Cruz Varandas Pinto – TESOUREIRO : Fotógrafo Frederico Lopes – DIRETOR CULTURAL : Acadêmico de Direito Hugo Henrique de Castro – DIRETOR DE COMUNICAÇÃO: Acadêmico de Marketing Felipe de Vasconcelos -  DIRETORA  SOCIAL : Enfermeira Marina Della Zotti Souza - CONSELHEIROS: Ana Paula Leonardo Pinto Marques, Hugo Leonardo Pinto Marques, Leandro Santos, Jessika Mariana, Rafael Wingester de Oliveira, Rafaela Basques Sette, Suellen Carolina, Turi de Souza e José Geraldo Ferreira
Segundo destacou o presidente empossado, a atuação do grupo se dará na esfera da sociedade em geral, sem a intenção de se transformar em um movimento político.
A presença de SAIR o Príncipe Dom Bertrand denota a importância da mobilização da juventude acerca dos ideais monárquicos, bem como da sua formação, para que a juventude possa conhecer o passado glorioso de seu país sob a égide do regime monárquico, muitas vezes esquecido ou silenciado.
Em seguida foi oferecido um almoço de confraternização, sempre com a honra da presença de SAIR o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança.



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MENSAGEM NATALINA DOS JOVENS MONARQUISTAS



Refletindo sobre as realizações ao longo do ano que se encerra, somos levados a revigorar nossos propósitos para outros “cristãos atrevimentos” no ano novo que se aproxima. E alentados pela graça divina – que assiste a todos os homens e, de modo especial, àqueles que recorrem à dadivosa Providência – podemos dizer com sã ufania que vencemos a carreira de 2010.
Nessa hora, sentimo-nos na obrigação de remeter nossos agradecimentos a Deus que nos acompanhou em todos os passos, ainda que muitos deles tenham sido dados em cima de espinhos e em momentos de apreensão. O que importa é a consciência tranqüila do dever cumprido, o segredo da verdadeira felicidade.
A própria noção imponderável que todos sentimos por ocasião das festas natalinas, e que devemos cultivar com todo carinho, traz-nos a esperança de que os propósitos de hoje serão realizados amanhã, desde que voltados para a glória de Deus.
Ao preparar nossas ações, como herdeiros da civilização
cristã, costumamos evocar a proteção de divina com a
expressão “se Deus quiser!”. Ou seja, submetendo-as à vontade divina, para que delas redundem a maior glória d’Ele, dos anjos e dos homens, pois no plano da Criação só isso importa. E é o que Deus  espera de nós.

Como filhos, pautemos nossas ações em função da glória d’Aquele que disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” e a cujo respeito os anjos cantaram: “Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade”. Sim, os anjos especificaram: os de boa vontade!

São pensamentos que todo cristão deve considerar por ocasião de data tão sublime como o Natal, em que o próprio Deus se fez homem para nos redimir e nos tornar herdeiros da única glória verdadeiramente imortal, que é a glória celeste.

Meus cordiais votos de um santo e feliz Natal e um Ano Novo repleto de graças!


Sergio Orlando Pires de Carvalho Jr.
Presidente do Movimento Jovem da Monarquia




O VELOCÍPEDE INGLÊS
Walter Gonçalves Taveira.
Tenho felizes lembranças das noites de Natal com meus pais,


mas minhas mais remotas recordações remontam às comemorações de 1943 a 1945. Morávamos no interior, onde meu pai era comerciário, com renda bem limitada. Em 1943, já com 4 anos, Papai Noel trouxe-me um lindo velocípede de fabricação inglesa, artísticamente esmaltado com predominancia da cor verde. Era usado mas eu não tinha capacidade de percepção para tanto. Papai o comprara de uma família britânica que retornaria para a Europa.

Alguns meses mais tarde, em 1944, o velocípede desapareceu e meu pai disse-me que no Natal escreveríamos ao Papai Noel pedindo outro igual. Nesse ano nasceu meu único irmão. Quando nos sentamos, eu e meu pai, para fazer a carta ao Papai Noel, disse a ele que queria uma baratinha colorida, de corda (assim se denominavam os carros conversíveis daquela época). Meu pai respondeu-me que, por causa da guerra, Papai Noel não podia trazer a baratinha. Chorei e tive a promessa de que quando terminasse a guerra ele faria o pedido de uma baratinha ao Papai Noel.

Os brinquedos sofisticados eram produtos da indústria alemã e as importações da Alemanha há muito estavam interrompidas. Papai convenceu-me a pedir ao Papai Noel um velocípede que seria mais bonito do que o anterior, na cor azul. Ao acordar na manhã do Natal de 1944, lá estava o lindo velocípede azul, enfeitado por barrinhas de chocolate Lacta, balas e nozes. Mas, tão logo o velocípede deixou de reter minha atenção nos meses seguintes, desapareceu também. 
Antes de sair para o trabalho papai ligava seu velho rádio Philips por volta das 8 horas, para ouvir o Reporter Esso, sempre muito interessado nas notícias da guerra. Eu acordava com a música enredo do Reporter Esso e corria para a sala para também ouvir as notícias, interessado que me tornara pelo fim da guerra. Finalmente, em 1945 a Alemanha se rendera, mas disse-me o papai que o fim da guerra somente não era suficiente para a encomenda da baratinha. A fábrica tinha sido destruída pelos bombardeios e era preciso esperar pela sua reconstrução. Não me recordo mais como foi o diálogo com meu pai para escrever a nova cartinha para o Papai Noel, mas na manhã do dia 25 de dezembro de 1945, lá estava, atrás da porta da sala, um lindo velocípede vermelho, inglês, novinho em folha.        

Hoje compreendo com admiração a criatividade econômica de meu pai, repintando o mesmo velocípede por três anos para torná-lo um “novo” presente novo para o seu primogênito. As dificuldades materiais que enfrentamos durante a vida jamais abalaram a felicidade de nossa pequena família. Quando o Natal se aproxima penso em meus saudosos pais todos os dias com uma saudade profunda, saudade daquele sentimento de proteção que só o amor dos pais é capaz de despertar nos filhos. Mas, quando oramos em família, antes da ceia de Natal, sinto, com felicidade, a presença do papai e da mamãe em vigília de proteção à nossa família. Acho que eles também se sentem felizes ali conosco. É muito boa a sensação de que mesmo depois da vida a família se mantém unida.     



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RECEITAS NATALINAS  DO SABARÁ (*)

BOLO DELICIOSO DE NATAL


Ingredientes para o bolo:

 ½ Kg de manteiga, ½ Kg de açúcar, ½ de farinha de trigo, 12 ovos,1 cálice de vinho do Porto, 1 colher de sopa bem cheia de fermento em pó, 200g de uvas-passas (sem sementes), 100g de tâmaras, 100 gramas de ameixas pretas, 200g de frutas cristalizadas (laranja,figo,abacaxi), 150g de nozes descascadas, duas colheres de sopa de chocolate em pó, 100g de amêndoas descascadas.

Ingredientes para o recheio:

“Baba - de- Moça”:  400g de açúcar, 8 gemas, 1 copo de leite puro de coco puro, extraído de um  coco grande, 1 colher de sobremesa de manteiga.

Maneira de fazer:

Primeira etapa
Bolo: Bata em creme a manteiga com o açúcar , junte as gemas, uma de cada vez, e sempre batendo. Vá adicionando o vinho do Porto, o fermento, o chocolate e a farinha peneirados juntos, as claras em neve , as passas e todas as demais frutas picadinhas.
Misture muito bem e despeje em duas formas redondas e iguais (número 30), forradas com papel grosso e bem untadas com manteiga.
Asse em forno moderado no início e, depois, em forno brando.
Desenforne depois de frios.

Segunda etapa
Baba -de - Moça:  Faça, com o açúcar e 2 xícaras de água, uma calda em ponto de fio, junte a manteiga, retire do fogo e deixe esfriar.
Feito isso, junte as gemas misturadas com o leite de coco e passadas pela peneira. Misture bem, leve novamente ao fogo e vá mexendo com uma colher de pau, até engrossar e começar a aparecer o fundo da panela.
Retire do fogo e deixe esfriar.

Terceira etapa:
 Assim que os bolos estiverem assados, recheie e cubra com a Baba- de – Moça.

Observação> Sirva no dia seguinte.



RABANADA


  1. Cortar em fatias finas um pão amanhecido.
  2. Deixar de molho em leite cru, adoçado a gosto.
  3. Depois de bem embebido, passar um a um em ovo batido e fritar em óleo de coco quente.
  4. Servir polvilhados com açúcar e canela.

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BOLO  GELADO DE NATAL
Ingredientes:
Aproximadamente, 1 kg de palitos franceses ou biscoitos champanha, 1 lata pequena de compota de pêssego e uma de abacaxi ao natural, 250g  de nozes picadinhas, 1 cálice pequeno de vinho do Porto ou Moscatel.

Ingredientes para o doce de ovos:
300g de açúcar cristal, 1 coco grande, 8 gemas, 1 colher de chá de manteiga.

Ingredientes para o creme de manteiga : 
250g de manteiga sem sal, 4 claras, 3 xícaras cheias de açúcar.

Ingredientes para a cobertura : 
250g de creme chantilly

Maneira de fazer :

Primeira etapa – Doce de Ovos com Coco: Rale o coco, reserve uma xícara e do restante extraia todo o leite grosso. Prepare, com o açúcar e 2 xícaras de água, uma calda em ponto de pasta, junte a manteiga e a xícara de coco, retire do fogo e deixe esfriar. Misture as gemas com o leite de coco, passe pela peneira, junte à calda, misture bem e torne a levar ao fogo brando. Mexa sempre com uma colher de pau, até engrossar e aparecer o fundo da panela. Deixe amornar.
Segunda etapa – Creme de Manteiga – Bata a manteiga com açúcar, até obter um creme leve. Junte as claras em neve e continue a  bater, até atingir a consistência de espalhar.
Terceira etapa – Maneira de Armar o Bolo - Forre com papel celofane uma forma grande, redonda e de fundo removível. Deixe as pontas do papel voltadas para fora. Arrume no fundo da forma uma camada de biscoitos recheados com doces de ovos e coco, borrife com uma mistura de calda das compotas e vinho do Porto; passe por cima uma farta camada de creme de manteiga e sobre este espalhe pedacinhos de abacaxi, pêssego e nozes. Arrume novas camadas de biscoitos recheados, de creme de manteiga e frutas. Proceda sempre da mesma forma, até que terminem todos os ingredientes, devendo a última camada ser de biscoitos. Volte as pontas do papel para dentro, de forma a envolver o bolo. Ponha por cima um prato de papelão com um peso e conserve na geladeira até o dia seguinte. Depois de bem gelado, desenforme-o no centro de um prato, cubra inteiramente com o creme de chantilly e enfeite a gosto.

PÃO DOURADO DELICIOSO

Ingredientes :

Fatias de pão amanhecido, bastante calda em ponto médio, gemas de ovos caipira (não servem outros), queijo ralado, canela em pó e em ramo, leite.

Modo de fazer:

Deixar as fatias de pão durante algum tempo no leite, não muito, para não amolecerem demais; em seguida passa-las  na gema de ovo (misturadas), levá-las à calda com canela em ramo, deixar o  ovo cozinhar. Com escumadeira tirá- las da calda e coloca-las para escorrer em uma peneira; passá- las para uma travessa forrada de queijo ralado e canela em pó. Armar camadas: queijo com canela e fatias de pão com calda escorrida. A  última camada deve ser de queijo com canela.
Levar à geladeira.  

(*) Receitas fornecidas pela Escritora e Historiadora Profa. Maria de Lourdes Guerra Machado, tendo como fonte as anotações de sua Mãe, Enfermeira Dona Geny Guerra (Sabará) , de sua avó Profa. Dona Etelvina Borges de Lima (Congonhas do Sabará) e da família de Padre Antônio Elias (região de Ponte Nova e Mariana).

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A LENDÁRIA QUECA DE NATAL NOVALIMENSE
Walter Gonçalves Taveira.

ANTECEDENTES HISTÓRICOS



Diferentemente de seus congêneres mineiros mais antigos, o município de Nova Lima é relativamente jovem, conta apenas 87 anos. Mas como comunidade é quase tão antiga quanto Sabará, Ouro Preto e Mariana. A descoberta de ouro em seu território, segundo registros históricos, se deu em 1700 e a partir daí formaram-se vários garimpos cujas povoações cresceram e se ligaram uns com os outros formando o povoado de Congonhas de Sabará. Elevada a vila em 1891 passou a se chamar Villa Nova de Lima e em 1923 Nova Lima, com o status de cidade.
Povoada inicialmente por migrações de São Paulo, Bahia e Pernambuco e contingentes portugueses, que garimpavam ouro nos afluentes do Rio das Velhas, na região, Nova Lima teve as primeiras incursões britânicas a partir do segundo decênio do Século XIX, aceleradas no terceiro decênio e assim sucessivamente até a década de 1960.

Durante a última década do Século XIX e posteriores, vieram os espanhóis e os italianos. A influência britânica na comunidade se estendeu até a década de 1960, quando o controle da antiga Saint John D’El Rey Mining Company Limited mudou de mãos. Mas muitas famílias permaneceram em Nova Lima e lá ainda se encontram seus descendentes.

Durante esses longos anos a influência européia na colonização e desenvolvimento de  Nova Lima foi notória. Dos britânicos herdou-se tecnologia de lavra e concentração de ouro e prata, a arquitetura de residências com tecnologias anti-humidade e anti-calor, alguns vocábulos e o lendário “Christmas cake”, um bolo de frutas cristalizadas e secas consumido no mês de Natal. As frutas secas, de origem européia - nozes, avelãs e amendoas - apareciam no comércio por ocasião do Natal. Na linguagem dos mineiros a palavra “cake” tornou-se “queca” e assim nasceu a “Queca de Natal Novalimense”, deliciosa iguaria indispensável na mesa das famílias por todo o mês de dezembro, segundo a tradição.

Não há um registro que indique a data de surgimento da queca em Nova Lima. Sabemos que esse surgimento ocorreu em algum momento no Século XIX. Dona Ermelinda de Barros Taveira – avó deste autor - portuguesa de São Martinho, Trás-os-Montes, imigrou para Nova Lima em 1891 e ali se casou com seu parente Agostinho de Barros Taveira em 1892, quando o casal mantinha um hotel na comunidade. Tanto quanto se sabe ela foi a primeira quitandeira profissional de Nova Lima e, segundo a tradição oral na família, naqueles anos, ou mesmo antes, já se fazia as quecas de Natal em Nova Lima.

Com o fluxo do tempo e por razões de dificuldade de obtenção de certos ingredientes, ou por razões dietéticas, ou mesmo por economia, a receita da queca sofreu ligeiras modificações ao longo desses anos, mas todas elas conservam características originais. Em receitas mais antigas encontramos um ingrediente que era importado da India, via Inglaterra, denominado “Mixed Spice”. Nas receitas modernas este produto foi substituído por um extrato de cravo da India e canela. Já no Século XX foram adicionadas à receita a castanha do Pará e a cereja cristalizada. O conhaque da receita original era francês. Atualmente algumas receitas indicam conhaque sem especificar qualidade, mas este é um ingrediente de importancia na qualidade final da queca, portanto deve se usar conhaque de boa qualidade.

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RECEITA DA QUECA NOVALIMENSE

A queca de Natal novalimense típica (*)
                                (*) Foto cedida por Noemi Wanderley Mascarenhas Mozelli

Esta receita nos foi enviada pela Sra. Noemi Wanderley Mascarenhas Mozelli, de Nova Lima e sua origem mais remota data de mais de 60 anos passados, tendo sido da Sra. Dinorah Couto Karklin (Dona Nenem), esposa do Sr. João Karklin. Depois que a Sra. Noemi enviou-me a receita por e-mail sua prima, minha esposa, encontrou também uma receita de minha falecida mãe, de mesma época. As duas coincidem em toda a extensão e, são contemporâneas da comunidade britânica ainda presente em Nova Lima.


INGREDIENTES:
1 kg de farinha de trigo
½ kg de açucar refinado
½ kg de manteiga
2 colheres de sopa de gordura hidrogenada
1 pitada de sal
2 colheres de sopa rasas de fermento Royal
1 copo de 250 mg de calda
1 copo de 250 mg de conhaque de boa qualidade
9 ovos
1 noz-moscada ralada
1 xícara de açúcar cristal (para a calda)
1 copo d’água
Cravo e canela
200 g de frutas cristalizadas
200 g de passas negras, sem semente
200 g de passas brancas, sem semente
100 g de cerejas em conserva (opcional)
200 g de amendoas picadas
200 g de nozes picadas












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PREPARO DA CALDA:

Leve ao fogo um copo d’água  com 10 g de cravo da  India e 3 pauzinhos de canela.  Ferva por 3 minutos e desligue o fogo. Coe o líquido e reserve-o. Em outra vasilha, queime  1 xícara de açúcar cristal e adicione o liquido reservado. Se necessário acrescente mais um pouco d’água para dar 1 copo de calda e deixe esfriar. 

PREPARO DAS FRUTAS:

Mergulhe as amendoas em agua fervente para remoção da película. Após a remoção deixe esfriar, pique-as juntamente com as nozes e deposite-as numa tigela juntamente com as frutas também picadas. Pulverize e mexa a mistura com um pouco de farinha de trigo. Reserve a mistura.

PREPARO DA MASSA:

Coloque numa bacia média a farinha, o sal, o açúcar refinado e a noz-moscada e misture bem. Junte a manteiga e a gordura e bata a massa até se tornar uma farofa bem fina. Junte os ovos, a calda  e o conhaque. Por último adicione as frutas e o fermento, revolvendo a massa suavemente para misturar as frutas e o fermento e, em formas untadas e esfarinhadas leve ao forno não muito quente por mais ou menos 20 minutos, depois disto abaixe a temperatura para assar. Antes de retirar a queca do forno faça o teste do palito.

OBSERVAÇÕES:
1 - Se os ovos estiverem pequenos, coloque + ½ copo de calda.
2 – Mantenha uma vasilha com água no forno enquanto estiver assando as quecas.
3 – Muitas senhoras novalimenses, ou casadas com novalimenses, residentes em Nova Lima e também em Belo Horizonte, aceitam encomendas de quecas, principalmente nesta época, a partir de novembro, algumas delas com a qualidade da tradição.

EX P E D I E N T E
"Brasil Real" –
 Boletim Informativo do Círculo Monárquico de Belo Horizonte

Presidente: Mário de Lima Guerra
Diretor de Administração: Pedro Henrique Viana Espeschit Diretor de Aglutinação: Paulo Roberto da Silva
Diretor de Comunicação: Walter Gonçalves Taveira

Diretor de Corregedoria: Gilberto Madeira Peixoto
Diretor de Educação: Célio Ayres
Redator: Prof. Pedro Henrique Viana Espeschit
Colaboradores:     Carlos Aníbal de Almeida Fernandes,  Gislaine Rosa de Freitas,  José Arcanjo do Couto Bouzas,   José Augusto Carvalho de Souza,  Luiz Gonzaga Sette,  Marcus Soares Leão, Rodrigo Laender Ambrosi Najar.
E-mail: novahistoria@imperialbras.com.br – Telefone : 9615-6710                                                                                             

LINHA EDITORIAL DO BOLETIM DO CMBH “BRASIL REAL”:
A linha de conduta seguida pelo CMBH em suas comunicações evita críticas às pessoas, concentrando-as ao regime republicano, causa maior das insatisfações.
Vive-se um momento em que a freqüência de críticas às pessoas do Governo é muito intensa. Todos criticam, mas quase ninguém propõe soluções.
A causa da Monarquia-Parlamentar não pode se apoiar em lugar comum.
Os registros deixados pela história republicana demonstram que as causas atuais da insatisfação sempre existiram no regime.
Falta a esse regime a Moral Monárquica e esta é só disponível através de um Quarto Poder descompro-metido com o materialismo, especialmente por ser vitalício e hereditário. Para tanto, não bastaria o Parlamentarismo, é preciso que o regime seja o Monárquico-Parlamentar


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O PRESÉPIO
                                                                                  Rubem Alves (*) Menino.



Lá em Minas, eu tinha inveja dos católicos. Eu era protestante sem saber o que fosse isso. Sabia que, pelo Natal, a gente armava árvores com flocos de algodão imitando neve que não sabíamos o que fosse. Já os católicos faziam presépios. Os pinheiros eram bonitos, mas não me comoviam como o presépio: uma estrela no céu, uma cabaninha na terra coberta de sapé, Maria, José, os pastores, ovelhas, vacas, burros, misturados com reis e anjos numa mansa tranqüilidade, os campos iluminados com a glória de Deus, milhares de vaga-lumes acendendo e apagando suas luzes, tudo por causa de uma criancinha. A contemplação de uma criancinha amansa o universo. O Natal anuncia que o universo é o berço de uma criança.
Até os católicos mais humildes faziam um presépio. As despidas salas de visita se transformavam em lugares sagrados. As casas ficavam abertas para quem quisesse se juntar aos reis, pastores e bichos. E nós, meninos, pés descalços, peregrinávamos de casa em casa, para ver a mesma cena repetida e beijar a fita.

Nós fazíamos os nossos próprios presépios. Os preparativos começavam bem antes do Natal. Enchíamos latas vazias de goiabada com areia, e nelas semeávamos alpiste ou arroz. Logo os brotos verdes começavam a aparecer. O cenário do nascimento do Menino Jesus tinha de ser verdejante. Sobre os brotos verdes espalhávamos bichinhos de celulóide. Naquele tempo ainda não havia plástico. Tigres, leões, bois, vacas, macacos, elefantes, girafas. Sem saber, estávamos representando o sonho do profeta que anunciava o dia em que os leões haveriam de comer capim junto com os bois e as crianças haveriam de brincar com as serpentes venenosas. A estrebaria, nós mesmos a fazíamos com bambus. E as figuras que faltavam, nós as completávamos artesanalmente com bonequinhos de argila.

Tinha também de haver um laguinho onde nadavam patos e cisnes, que se fazia com um pedaço de espelho quebrado. Não importava que os patos fossem maiores que os elefantes. No mundo mágico tudo é possível. Era uma cena “naïve”. Um presépio verdadeiro tem de ser infantil. Éramos adoradores do Menino, juntamente com os bichos, as estrelas, os reis e os pastores. E as figuras mais desproporcionais nessa cena tranqüila éramos nós mesmos. Porque, se construímos o presépio, era porque nós mesmos gostaríamos de estar dentro da cena. (Não é possível estar dentro da árvore!).

Será que essa estória aconteceu de verdade? Foi daquele jeito descrito pelas escrituras sagradas? As crianças sabem que isso é irrelevante. Elas ouvem a estória e a estória acontece de novo. Não querem explicações. Não querem interpretações. A beleza da estória lhes basta. O belo é verdadeiro. Os teólogos que fiquem longe do presépio. Suas interpretações complicam o mundo.

O presépio nos faz querer “voltar para lá, para esse lugar onde as coisas são sempre assim, banhadas por uma luz antiqüíssima e ao mesmo tempo acabada de nascer. Nós também somos de lá. Estamos encantados. Adivinhamos que somos de um outro mundo." (Octávio Paz)

Seria tão bom se os pais contassem essa estória para os seus filhos!

(*)Rubem Alves é educador, escritor, psicanalista e professor emérito da Unicamp. Fonte: http://aprendiz.uol.com.br/content/shujelehis.mmp



 Pag 10
MENSAGEM DE NATAL E ANO NOVO


Monarquistas,

Chegamos ao Natal e ao Novo Ano de 2011.
Há pouco mais de dois anos, iniciamos um trabalho de comunicação e educação sobre o Regime de Monarquia Parlamentar. Rapidamente, aglutinaram-se pessoas das mais variadas condições sociais
e dos mais variados níveis
etários e de educação.

Monarquistas Históricos, a quem demos o título de Monarquistas Eméritos, juntaram-se a nós, ensinando-nos e nos incentivando diuturnamente.
Entusiasmamo-nos com a aproximação de parentes, amigos e muitas pessoas que não conhecíamos, e que se declaravam Monarquistas.
Encontramos uma estatística, de fonte oficial, afirmando que, na última vez que o assunto foi investigado, havia quase sete milhões de Monarquistas no Brasil.
Sete Milhões de Monarquistas. Número superior à população de diversos países republicanos.
Mesmo com mais de um século de proibição do Monarquismo. Mesmo com todo deboche e discriminação contra os Monarquistas, havia mais de Sete Milhões de Monarquistas Brasileiros, conforme o último levantamento oficial do governo republicano do Brasil.
Escrevem-se livros sobre nossos Imperadores e, mesmo com as indefectíveis zombarias republicanas, estes livros se firmam como autênticos best-sellers.
Por outro lado, livros sobre líderes republicanos criam mofo nas prateleiras das bibliotecas e não conseguem escoar nem como “oferta” pelas poucas livrarias que se arriscam a vendê-los.
É porque o Brasil tem sede de conhecer nossos Imperadores e de conhecer nossa Redentora, a Princesa Isabel.
É em parte porque foi proibido falar bem deles que o Brasil possui a maior curiosidade em conhecê-los.
Até mesmos textos contendo grosserias e infâmias contra nossos Imperadores e Príncipes apaixonam o Espírito Monárquico do Povo Brasileiro. É como se estivesse lendo obras censuradas, mas reveladoras de fatos e dados que atestam ser a Monarquia o único regime viável.  No dia 23 de novembro de 2010, em singela cerimônia bem ao gosto mineiro, foi eleita a Diretoria do Movimento Jovem da Monarquia. Mais de 20 jovens participaram. Representantes de três Estados do Brasil manifestaram-se favoráveis
Coroava-se assim nossa luta que, encetada inicialmente só por brasileiros amadurecidos, conquistava jovens que voluntariamente se apresentaram para dinamizar a divulgação da Moral Monárquica.
Não desejamos constituir um partido político nem somos contrários a partidos políticos.
Não criticamos quem não conhece a verdadeira e abominável comédia republicana condenando nossa Pátria a ter um dos piores índices de desenvolvimento humano.
Apenas sonhamos com a Educação do Povo Brasileiro.
Apenas buscamos comunicar que a Monarquia existe e concede os melhores índices de desenvolvimento humano aos povos das nações que continuam Monarquistas.
Como parte do bom e sofrido Povo Brasileiro que somos, concluamos livremente, sem marketing, sem pressões, sem constrangimentos e sem chantagem de qualquer espécie, principalmente financeira:
– A Monarquia é muito melhor que a república. 

Viva o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança!
Viva o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança!
Longa vida para eles e para todos os membros da Família Imperial do Brasil!
Que Deus guarde nossos Príncipes e sua Imperial Família.


Feliz Natal !

Próspero Ano Novo

de 2011 !



     Brasil  Real